:: starck

setembro 10, 2008



'.. onde quer que estejamos, a maçã fica sempre catita.
vê-la iluminada no escuro dum daqueles cafés modernos,
decorados com mobiliário Philippe Starck e ambientado
ao som das compilações blue note revesited ou verve remixed é a versão máxima do cool.
é a satisfação estética e de pertença a um círculo singular, inovador, criativo..'


lidas estas palavras, senti-me mais normal. porque dou (demasiado) valor ao estético.
porque tenho de ter sempre a luz média ligada, só porque diz melhor com a mobília. porque prefiro gastar o dobro por uma peça com a mesma utilidade, mas com um design brutal. porque perco tanto tempo a formatar e desenhar um documento, como a escrevê-lo.
porque a música faz parte de mim, de todo o meu dia. e tem de ser perfeita: adequada ao momento, diferente, com estilo, com originalidade. porque não me sinto confortável a jantar numa mesa desarrumada, em que o prato não bata bem com a toalha. mesmo que jante sozinho. especialmente se jantar sozinho..
dou por mim muitas vezes parado, simplesmente a olhar um objecto, um edifício, uma imagem que seja 'brutal'. um café e uma esplanada tem de ser diferentes, bem desenahdos, equilibrados. e deixa de ser só um café. passa a ser um momento de desfrute mental e estético.
porque a minha sala é mais minha com as Eros e os Bohéme (tinham de ter estes nomes) do Starck. desconfortáveis às vezes, frágeis, frias outras vezes.
mas com uma sensação muito íntima, única, de poder rodar naquele design perfeito..

' excerto de kalaf angelo, jornal público.

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