ontem dei com a minha irmã a planear uma viagem por algumas praias, no viamichelin. depois aquilo passa para um tal de gps e bota a andar sempre a direito. hoje existem mapas, fotos, moradas, sites, mil máquinas, telemóveis e afins que nos dizem o que fazer, como e quando. ás vezes dá jeito, acredito.
mas, cá para mim, acaba com uma das coisas mais espantosas: o acaso.
vale o dobro uma viagem mal planeada em que temos de parar mil vezes para descobrir a direcção certa, perguntar ao velho na beira da estrada, errar o caminho e encontrar outro destino. o destino afinal.
foi assim que descobri metade dos sítios que mais gosto. foi assim que descobri há uns dias Alfama.
sem mapas, ia direito a uma casa de fado. sabia uns nomes, mas esqueci-me das moradas (ainda bem).
entrei pelo bairro e encontrei todas as casas de fado. mas mais: quase uma aldeia, decorada de cima a baixo, com dezenas de recantos prontos para uma refeição ao som e cheiro dos santos. as ruas cheias de gente dali, numa cumplicidade simples entre quem recebe e quem visita. para o ano estou lá outra vez.
são estas coisas que não vêem nos mapas. encontram-se.. por acaso.