:: marialva

novembro 17, 2009

' o senhor que eu achava o máximo da elegância e simpatia e frequentava o 11º, 2º esquerdo da Alameda, em dias festivos, prontificando-se sempre para ir buscar as tias Adelina e Ivone a casa no seu lindo BMW preto; esse senhor, era um Marialva. ponto final.
era atencioso, fazia coisas que os outros homens não faziam, que apesar de ser como era (isto é: rico, exagerado, um tudo-nada fadista), era um homem de gestos elegantes e que sabia, como ninguém, comportar-se à mesa. nele se misturam pequenas doses de libertinagem, o cinismo típico dos privilegiados ou dos aristocratas, sei lá, a que eu achava imensa piada, e que era dotado entre outras merdas que nem vale a pena falar, de um estado de alma muito sui generis que misturava sempre saudade com outra tristeza qualquer e que aos meus olhos o transformava sempre num caixeiro-viajante de visita à familia, com o ar aptecível das coisas perigosas e dificeis..

' mónica marques, crónica na revista do i: nós, marialvas

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