:: racio(ci)nar
janeiro 20, 2011
reflectia ela: mas agora a sério, dá para acreditar nisto? uns senhores que vêm dizer aos jornais que falta açúcar para refinar, e ai ai, o nosso Natal, sem filhós nem rabanada, e no dia seguinte os supermercados já estão a racionar e o povo guloso todo a correr para açambarcar o que pode! dá para acreditar nisto? na maneira como esta gente raciocina? já imaginaste quando faltar mesmo, a bagunça que vai ser?
e eu logo a pensar, claro, claro que consigo, já isolei aí e se há coisa que consigo imaginar é a bagunça em que tudo se transforma quanto sentimos faltas a sério. de facto é curiosa essa ponte entre racionar e raciocinar, palavras tão próximas numa relação tão difícil.
ração e razão, uma sempre a condicionar a outra, a ser sua circunstância, o terror da falta alimentar e a fome que não se tem, esta voragem por açambarcar pelo susto de faltar, a súbita fúria do açúcar, a forma como se sente a histeria de uma hipoglicemia iminente só porque alguém se lembra de dizer que amanhã nos falta a sacarose,
a forma como tudo se torna essencial no preciso momento em que ameaça desaparecer..
ração e razão, uma sempre a condicionar a outra, a ser sua circunstância, o terror da falta alimentar e a fome que não se tem, esta voragem por açambarcar pelo susto de faltar, a súbita fúria do açúcar, a forma como se sente a histeria de uma hipoglicemia iminente só porque alguém se lembra de dizer que amanhã nos falta a sacarose,
a forma como tudo se torna essencial no preciso momento em que ameaça desaparecer..
ela concordou, hum, hum.
fez uma pausa. estás outra vez a falar de ti, não estás? ..
fez uma pausa. estás outra vez a falar de ti, não estás? ..
' excerto de um texto de João Pedro Oliveira, no outlook/económico
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