:: força

abril 20, 2016


vem nos livros que o que liga duas pessoas é o amor que se tem ao outro. aquela vontade de querer estar, a ansiedade do abraço, as saudades da presença. vem nos livros que a dimensão do amor vem da intensidade do que se vive, e da falta do que não se vive. assim, é o manter da chama, desse ardor de quem se gosta, que faz com as histórias sejam eternas. que perpetuem as horas em dias, os meses em anos. acrescento eu, que mais que o amor, é a alegria do estar que verdadeiramente constrói uma relação. mais ou menos romântico, é a capacidade de fazer rir, de fazer aproveitar cada momento, de apreciar um pôr-do-sol, uma música, ou simplesmente um café quente logo pela manhã. essa coisa, tão simples, de ser bom viver ao lado do outro..

mas, depois do amor, depois do riso e da tontice, há algo muito mais sério que liga duas pessoas: o que somos um para o outro. há quem lhe chame energia, karma, força. pouco importa o nome. mas é esse papel, de suporte, que marca para a vida duas pessoas. quando, em algum instante, fomos uma ajuda num momento mau, fomos uma inspiração, quando abrimos barreiras, quando de alguma forma ensinamos o outro: a viver, a amar, a ser. e não em jeito de professor, de guia, ou de ser superior. pelo contrário, na forma mais humilde de ajudar, que é apenas estar ao lado, sempre, a dar a mão, a incentivar, a fazer acreditar.

o orgulho maior que se pode ter no que somos para alguém, é quando nos dizem que somos a força que segura, que somos a energia que faz sorrir. que somos quem ajudou a sair de um momento difícil, seja da saúde ao trabalho, à família, ou ao complicado que a vida ás vezes é. amar alguém é muito mais que sentimento, e tem a ver com essa dedicação, essa preocupação permanente em saber do outro. é estar atento a cada detalhe, desde o tom da voz, ao brilho dos olhos, ou - tão importante - à forma como um corpo se dá ao abraço. estamos de verdade ligados, quando se sabe ler o outro neste momentos. seja um filho, um pai, ou um amor,  é isso que nos liga para a vida - muito mais que os sentimentos, é o estar presente sempre. sem querer nada em troca. porque quando se ama, poder estar ao lado a puxar a mão já é a maior felicidade que se pode ter. sorte a minha, de o poder fazer todos os dias..

6 comments

  1. Sofia20.4.16

    Há pessoas com (imensa) sorte...

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  2. Partilhei no meu cantinho :)

    Um beijinho

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  3. é tão isso. estar, ser, pertencer.
    Sublime, como sempre.

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  4. Há vários tipo de amor: milhares deles. Este, que aqui descreves, pressupõe a presença. Acredita que se pode amar na ausência. Pode amar-se - também - na ausência do ser amado. Não falo da presença fisíca, mas na correspondência desse sentimento. É mais uma das milhares que falei atrás.
    Gostei desta descrição: talvez a ideal; ou não...

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  5. Maravilhosas palavras.

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