:: ocioso
novembro 07, 2008
a toda a nossa volta nos dizem que o sexo é uma actividade que precisa de treino, de prática, do desenvolvimento de técnicas. o sexo transformou-se em algo que temos de aprender.
as revistas passam-nos os trabalhos de casa. e, se os fizermos mal, se tivermos más notas, ficamos a sentir-nos culpados e inúteis. contra este ideal moderno da queca atlética, contrapomos o sexo ocioso:
para os que apreciam o simples ócio, o sexo deve ser desordenado, ébrio, devasso, preguiçoso. deve ser malicioso. libertino e lascivo, ao ponto de se tornar embaraçoso olhar um para o outro na manhã seguinte.
para os que apreciam o simples ócio, o sexo deve ser desordenado, ébrio, devasso, preguiçoso. deve ser malicioso. libertino e lascivo, ao ponto de se tornar embaraçoso olhar um para o outro na manhã seguinte.
costumam as mulheres queixar-se, que no sexo os homens querem ir logo directamente ao assunto.
pela parte que me toca, verifico pelo contrário que até tenho uma ligeira sensação de desapontamento quando as brincadeiras terminam e o acto final tem início. isto quer dizer que o elemento mecânico e atlético tomou conta da coisa, é a parte útil, a que faz mesmo bébés.
parte de mim gostaria, muito simplesmente, de brincar com a minha amante dias a fio, debaixo da árvore de lótus ou em cima de uma enorme pilha de almofadas de veludo, ao mesmo tempo que iria fumando, bebendo e rindo..
' d'o livro ‘os prazeres do ócio’ de tom hodgkinson
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