:: cortar a relva

setembro 22, 2010



um dos maiores prazeres de ter um jardim é poder cortar a relva.
uma das minhas desilusões de fim-de-semana é chegar e na maioria das vezes alguém já ter tratado da tosquia da dita. mas vamos por partes: primeiro cortar a relva é um trabalho simpático, visto que se nota de imediato os resultados. e ainda por cima não exige tanto como isso: basta calcular a altura do corte, a largura da passagem, e depois é como pentear um tapete grosso. está feito! segundo, o cheiro da relva cortada é um misto de frescura, verdura e ar puro. não conseguindo bem descrever, é algo parecido com o cheiro de maresia misturado com o aroma de floresta. natureza pura portanto. 

mas, mais que tudo, cortar a relva é um momento de pausa mental. entre o barulho da máquina, a impossibilidade de diálogo com qualquer outro ser, e a paragem de actividade cerebral activa - não há muito a decidir, a não ser seguir o corte -, naquela meia hora entra-se num certo transe yoggiano. entre pensamentos pouco profundos, mas lentamente  pautados pelo ritmo da máquina. passeia-se pelos últimos dias e acontecimentos, não tanto para analisar (que o barulho não dá mesmo), mas apenas para rever, etiquetar e guardar para mais tarde pensar.

não é bem um pensamento, é mais uma preparação para o mesmo.
é como organizar os papeis do escritório em montes para depois tratá-los. 

.. e como me tem feito falta cortar a relva.
(e já agora, arrumar o escritório)



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