:: guerra das rosas

setembro 27, 2010



Camané canta fado. ou canta melodias em versão fado. ou é simplesmente um crooner em registo jingão fadista. ou nada disto: canta apenas um estilo próprio e único.
depois de nos deixar rendidos a músicas como 'sei de um rio', ou 'lisboa', o homem voltou agora em grande, com 'coisas do amor e dos dias'. junta poetas portugueses mais antigos, como O´Neill, com textos e prosas de alguns menos antigos, como Sérgio Godinho. Juntam-se os costumeiros arranjos ritmados em guitarra portuguesa, e, novidade, uma certa ironia fadista actualizada para os dias de hoje.

a primeira amostra, 'guerra das rosas', começa com uma zanga a prometer:
partiste sem dizer adeus nem nada. voltaste e nem desculpa pediste.
perguntaste porque que é que eu tinha chorado.
eu respondi, mas quando vi que sorriste, 

eu disse que estava triste, porque tu tinhas voltado! 
zangada esvaziaste o meu armário e em nada ficou o meu disco preferido..
segue-se um 'rol de vinganças e torturas', de dois que se prometem um ao outro,
acabando como tantas discussões, arrufos e birras:
.. no escuro tu insistes que eu não presto.
eu juro que falta a parte melhor.
um beijo acaba com o teu protesto.
amanhã conto-te o resto.. boa noite meu amor

lá está, coisas simples, do amor e dos dias..

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