:: amaro

junho 05, 2012



Perchè senza l' amaro, il dolce non è altrettanto dolce
(def. "amaro": sorridere force, gusto âpre, caustique, stato emozionale plein de ressentimento..)

dos sabores que mais gosto de sentir no paladar é o amargo-doce.
quando é bem feito, aquele amargo que vicia, que mesmo arrepiando todos os poros, é irresistível de sentir. o sabor da rúcula, ou do pesto numa massa. o sabor da alcachofra numa salada, ou do gengibre no sushi..

ou como esta música, esquizofrenia ambivalente, que nos deixa assim a balançar entre a fronteira de entristecer, ou sorrir com tanta melodia perfeita. curioso, ser este mesmo sentimento que é o mais inesquecível de todos os outros. como num filme, em que o final é triste, e por isso, tão bonito. ou um bailado que nos toca lá bem no fundo, de tão intenso, tão doce e tão profundamente trágico, tudo misturado ao mesmo tempo, versão tempestade perfeita.

são estes momentos em que as pernas ficam sem força, o estômago revolta-se, dá um nó que sobe até à garganta, em que a espinha se torce, o pescoço estremece, os lábios sorriem, e algo brilha nos olhos. e cá em cima onde tudo é absorvido apenas conseguimos pensar: brutal.
porque sem o amargo, o doce, não é tão doce.


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