:: oh, something quiet now

julho 22, 2014


oh something's quiet now.. is it inside my head?
as we're looking at the mirror together something's quiet now..

não há nada mais puro e sincero, que o teu olhar quando aprecias a vista do parapeito da janela, durante o cigarro. um respirar silencioso, um vazio preenchido, peito cheio. não há nada mais puro e sincero que ficar ali apenas a adivinhar o que te vai no pensamento, a percorrer a tua alma, as linhas do corpo que ainda pouco antes fora meu. sentir-te ainda no meu corpo. não há nada mais puro e sincero que respirar ao ritmo lento do fumo do cigarro. que em silêncio sai dos teus lábios. um silêncio de palavras que não se precisam dizer, mas que ecoam mudas pelo quarto. não há nada mais puro e sincero que deixar-me ficar deitado na cama, a um metro de ti, a contemplar as tuas formas sentada no parapeito, as tuas pernas longas a fecharem a curva do teu tronco, e o teu queixo levantado enquanto olhas a rua lá em baixo. não há nada mais puro e sincero que o teu olhar no meu, o teu rosto que se veste de ternura sem falar, apenas com uma pequena rotação no pescoço, um esgar do lábio e um brilho de lágrima..

e levantar-me, abraçar-te de lado, por cima da camisa que vestes, puxar da manta, agasalhar-te, aquecer-te os ombros enquanto acabas o cigarro. sempre em silêncio, devagar, como o respirar. e dizer-te baixo, ao ouvido, com o queixo descansado no teu pescoço: amo'te.
não há nada mais puro. e sincero.

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