:: be good

fevereiro 13, 2014



há musicas que gostamos. há musicas que nos marcam. e depois há musicas que somos nós. como esta 'be good'.. primeiro, o acorde de entrada. simples, claro. apenas dois toques na corda - como quando te vi na entrada do lux. e umas palmas do público, como quem diz: isto vai ser bom! depois entram os primeiros toques do piano - os teu saltos e o teu riso. depois entra a bateria - o embalo do gregory e o nosso gin. depois a voz, forte, mas doce. os versos certos, simples, mas melodiosos - como o inicio da nossa primeira noite. a musica sobe, a voz mais intensa e um primeiro pico em jeito de aviso: 'they might just bite'. e uma pausa. como o fim da nossa primeira noite: intenso, a subir, a percebermos que ia morder a sério. mas a parar no momento certo. depois a musica retoma, o verso repete-se, sempre ritmado, calmo, mas forte. mas sempre com ternura a saltar entre cada pausa, cada acorde, cada riso - como os dias iniciais de descoberta, de espanto: como é que alguém é assim tão igual?

depois entram os instrumentos, o ritmo mais lento, mas a ouvir-se melhor cada parte - como os nossos meses de descoberta, como a voz de cada instrumento que nós temos: o que somos, o que ouvimos, o que vivemos, o que gostamos. tudo harmonia, tudo no tempo certo. com pausas. com acelerações. com ritmo. com ritmo bom. o corpo embala, as lágrimas resistem, o amor pela música cresce. como o nosso. como o nosso cresceu tanto em cada solo: os solos dos jantares de sexta, os solos dos almoços no quarto, os solos dos dias no campo, os solos dos brunchs de domingo, os solos dos dias difíceis, dos teus dias de neura, dos meus dias de mau feitio. os solos dos dias perfeitos. do teu abraço no meu sono. do teu sono no meu peito.

depois, nova pausa. as palmas do público e volta a essência da letra, para lembrar que o instrumental - o que nós somos - está sempre lá, mas que é a essência - o que nós somos juntos - que lhe dá o nível mais alto. como a voz do gregory, a letra meio safada, meio amargurada, meio doce. mas sempre a voz. a cantar-nos ao ouvido e a suspirar. 'be good. you're so good to me.. does you know what u do to me when you dance around..'. se soubesse cantar, era esta musica que cantava todos os dias quanto te abraço, quando te amo, quanto de devoro. se soubesse cantar, era esta musica que te cantava todos os dias quando estou contigo, mesmo sem estar, como agora. porque há musicas que somos nós. mas há musicas que só fazem sentido em nós. e tu, és a música que vive em mim. e só tu fazes sentido em mim..

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