:: rir-de-si
fevereiro 08, 2012
moreno português,
cabelo asa de corvo, da angústia da cara,
nariguete que sobrepuja de través a ferida desdenhosa e não cicatrizada.
se a visagem de tal sujeito é o que vês [omita-se o olho triste e a testa iluminada]
o retrato moral também tem os seus quês [aqui, uma pequena frase censurada..]
no amor? no amor crê [ou não fosse ele O'Neill!]
e tem a veleidade de o saber fazer - pois amor não há feito - das maneiras mil
que são a semovente estátua do prazer.
mas sobre a ternura, bebe de mais e ri-se
do que neste soneto sobre si mesmo disse..
texto = auto-retrato, por Alexandre O'Neill
música = fado das horas, por Carminho & Nicolas Jarr
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