:: mais-que-imperfeito
março 22, 2012
vejo os ícones dos 'conteúdos' media como uma tentativa de impingir um sócio-perfil ideal: todos temos de ser perfeitos. por exemplo, nos policiais, voto contra os policias, detectives, adivinhos, escritores e afins que sabem sempre tudo sobre os crimes mais estúpidos, brutais e parvos. sou contra os criminosos que se deixam sempre apanhar com as pistas mais óbvias. os maus que são sempre burros, os bons que acertam sempre o palpite mais impensável.
gostava mais, muito mais, dos blues de hill street: venham de lá os antigos carros azuis, a cair aos bocados, os policias bons da fita, mas que mesmo assim falhavam tantas vezes como erravam, que não sabiam de metade da poda, que se enganavam uns aos outros, que fuçavam contra os chefes, que se apaixonavam por relações impossíveis, que choravam baba e ranho, que eram feios, que não sabiam dizer nada no tempo certo. que eram reais! daqueles 'conteúdos' que não precisavam de truques de cor e imagem, mas que por serem tão crus, eram bem mais parecidos com a vida. como o que somos. como o que apanhamos todos os dias pela frente.
raios partam os idealistas que querem vender-nos a perfeição como o ícone desejado. eu gosto de pessoas que erram, com defeitos e manias - mas que são pessoas. basta-me que sejam verdadeiras, que assumam o erro, e que voltem a tentar, sem receios. pessoas que sejam empreendedoras porque o sentem lá de dentro e não porque simplesmente agora fica bem. já não há paciência para os 'novos lideres' formados em fornalhas, cheios de pseudo soft skills empacotadas, já com os livros todos de auto-ajuda papados. bullshit! é que - tal como nas séries da moda - tudo isto não passa de cenário.. vai-se a ver o conteúdo, e nada. vazio completo.
ps: um dia destes arranjo um teste de personalidade que reconheça a humildade, o humor e a inteligência. aposto que os resultados de perfil serão os opostos da prepotência, do auto-convencimento e da chico-espertice.
1 comments
Concordo com o que dizes. Hoje em dia procura-se e quer-se muito a perfeição, mas se fossemos perfeitos a vida não teria qualquer tipo de sentido. Não é ao errar que se aprende?
ResponderEliminarEu assumo o meu erro e volto a tentar (sempre)
As quedas podem ser duras, mas a vitória da conquista depois tem outro sabor. Só isso faz valer a pena :)
Beijito*
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